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O NOSSO PAI CELESTE

O NOSSO PAI CELESTE

_”Eu e o Pai somos um” – João 10:30._

Muitas coisas poderiam ser ditas sobre o Pai Celeste! Um Pai Amoroso, Fiel, Bondoso e de Excelência! Entretanto, gostaria de pensar um pouco no aspecto relacional entre o Pai Celeste e o Senhor Jesus Cristo.
Eles têm a mesma essência. O mesmo DNA espiritual e genético também – uma vez que tudo foi criado pelo Senhor. Há uma harmonia entre vontade, plano e execução pela obediência da parte do Filho. Há uma interação entre o pensar, agir e realizar obras em favor dos seres humanos. Há um propósito definido em fazer o bem para as pessoas. Eles cuidam delas, principalmente, do necessitado, órfão, viúva, desvalido, estrangeiro e todos os que necessitam.

Eles agem em sincronia de caráter, unidade e propósito. Não entram em conflitos, embora tenha havido situações visíveis: _”E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres”- Mateus 26:39._

Mesmo existindo muito mais para falar, mas temos aqui o necessário para refletir um pouco neste dia alusivo aos pais. Reflito…pensando em meu avô paterno, meu pai, em minha vida como filho, pai e avô e em muitos avôs, pais e filhos como vocês que estão lendo agora este relato. Penso nas avós, mães e filhas que puderam exercer a maternidade pelo fato dos pais existirem.
A paternidade é um dom de Deus. Ela foi entregue aos homens não como uma capacidade de exercer autoridade sobre outras pessoas, mas como oportunidade de representá-Lo e de fazer o que Ele deseja para outras pessoas a quem são amadas e valorizadas por este Pai Celeste. Cabe aos que exercem a função da “paternidade” atentarem para quem Deus é como Pai Celeste, para o que Ele faz e para o que Ele deseja que estes “pais” façam.

Meu pai perdeu o seu genitor, muito cedo, ainda na infância. Meu avô foi vitimado por um AVC (Acidente Vasculhar Cerebral). Embora, tenha vivido esta ausência paternal muito cedo, soube dar aos filhos o que nem mesmo ele teve em sua vida. Sempre foi um pai presente, provedor, participativo, perfeito (em suas imperfeições, nunca as maquiou), peregrino (Saiu de sua terra em busca de melhores condições), profissional (em tudo que fazia), perseverante (Em toda a sua existência) e permanente (Embora, já tenha partido em 2009 para encontrar-se com o Pai Celeste, seus ensinos e memória permanecem).

Ainda hoje, relembro os nossos bons momentos, as boas lições, exemplos e força para viver. Oramos 22 anos por sua conversão ao Senhor Deus. E ele a teve, testemunhada em suas próprias palavras: “Quem me chamou ao Evangelho não foi homem algum, mas o Senhor!” Viveu sua conversão diante do Pai Celeste, sereno e tranquilo, mesmo tendo carregado na alma as suas dores profundas e nunca delas se queixou (Perda cedo do pai, atravessar o Atlântico para terras que nunca conheceu, separação da família, dentro do Brasil – a separação do irmão, que ficou no Rio de Janeiro, quando precisou ir a João Pessoa). Viveu em um exílio imposto pelas circunstâncias…sozinho em suas dores, longe de tudo e de todos aos que amava.

Meu pai é um herói anônimo diante do mundo, pois soma-se aos milhões de portugueses que navegaram em busca de novas terras levando dentro de si os fados cantados e vividos que retratam a saudade da terra de origem…o sentimento do sofrimento silenciado que nunca seria proferido em conversas…apenas em fados…mas que retratavam também as dores profundas da alma.

Sou grato a Deus por ter recebido de meu pai muito mais do que ele recebeu, na qualidade de filho (pelo fato de ter perdido o seu genitor muito cedo) e, muito do que empiricamente, ele absorveu do Pai Celeste no exercício da paternidade. Agradeço a Deus por tudo que recebi, vivi e sou das mãos do meu querido pai!

Quero encerrar este texto com as palavras de Rui Barbosa que sempre carrego em minha alma desde a captura destas palavras em minha infância em um caderno de páginas amarelas, capa marrom: “Se um dia, já homem feito e realizado, sentires que a terra cede a teus pés, que tuas obras desmoronam, que não há ninguém à tua volta para te estender a mão, esquece a tua maturidade, passa pela tua mocidade, volta à tua infância e balbucia, entre lágrimas e esperanças, as últimas palavras que sempre te restarão na alma: minha mãe, meu pai.”

Hoje, quando, caminho, sozinho, na direção em que seguiram os meus ancestrais…agradeço ao meu Pai Celeste – pela Paternidade Divina que me acolheu!

Celebre este Dia dos Pais de forma diferente. Você que tem o seu pai em vida – chegue até ele e reconheça o que tem recebido em sua existência. Não espere um pai perfeito como você deseja, pois você não é um filho (a) perfeito (a). Aprenda a agradecer pelo que tem! Aprenda a valorizar em vida o que você tem. Sou grato a Deus, pois Ele me deu este aprendizado em vida junto ao meu pai, Manuel Alberto da Silva Matos.

Forte abraço,
Alberto Matos